sexta-feira, 21 de março de 2014

Comida coreana

Esse assunto certamente merecia um post exclusivo, né? Antes que alguém pergunte: Não, eu não comi nenhum cachorro na Coreia. Esse é um costume que está caindo em desuso por lá. Dificilmente você verá jovens que comem e mesmo pessoas mais velhas também não comem. Não é fácil encontrar lugares que preparam carne de cachorro, porque isso era um costume entre os mais velhos, e definitivamente a sociedade coreana está muito mudada em relação a isso. Na casa dos meus anfitriões nenhum deles comeu carne de cachorro, nunca. Há coreanos jovens que não gostam nem de piadas que se referem a isso. Então não se preocupem, eu não comi e nunca vou comer nenhum amiguinho peludo.
Como muitos sabem, a comida coreana é extremamente apimentada. Quando digo extremamente, é muito mesmo. A grande maioria dos pratos tem como um dos ingredientes algum tipo de pimenta. Antigamente eu confesso que não gostava de pimenta. Até brigava com meu pai porque achava que ele colocava pimenta demais na comida dele. 



Pimenta vermelha seca, antes de virar pó


Tudo mudou quando conheci a Yoonkyung e ela começou a cozinhar coisas pra mim. Eu virei um fã! Bom, comecei a pesquisar sobre a comida da Coreia e ver que tem significativas diferenças em relação à comida japonesa e de outros países orientais. Pra falar a verdade, não se parecem em quase nada, na minha opinião. Com minha viagem à Coreia em Janeiro, pude finalmente conhecer "in loco" a preparação e o verdadeiro sabor de vários tipos de comida coreana que já conhecia e experimentar outros.    
A principal comida coreana é o Kimchi. Absolutamente nenhuma refeição na Coreia é feita sem ele.




Uma senhora acelga



O Kimchi é basicamente feito com acelga e pimenta em pó, passando por um processo de fermentação. Ele é tradicionalmente feito com acelga, mas há milhares de variações que são feitas com outros vegetais. O Kimchi é tão importante na culinária coreana que em todas as casas há jarros onde ele é deixado pra fermentar e onde se armazena o Kimchi durante os meses de inverno. É normal também ele ser enterrado no processo de fermentação.






As famílias se reúnem pra preparar o Kimchi em quantidade suficiente para os meses de inverno. Na casa da família Choi, meus anfitriões, eles tinham vários jarros enterrados na parte de fora da casa, e todos os dias tiravam um pouco pro café da manhã, almoço e jantar. Eu fiquei viciado nesse negócio. É muito saboroso. As variações dele também. A minha favotita é o Kimchi jjigae, que é basicamente uma sopa de kimchi. 



   


Essa sopa deixa o kimchi um pouco mais mole, e é acrescida de alguns ingredientes como tofu. A ideia do kimchi é que você vá comendo junto com o restante da comida, tipo a farinha de mandioca na comida paraense. 



Servidos?


Um prato coreano muito famoso é o Kimbap. Imagine o sushi sem peixe cru, pois é; agora acrescente ingredientes como kani e nabo, dentre outros. Prontinho, temos o kimbap. Esse nome é uma mistura de duas palavras, Kim, que é a alga verde utilizada e Bap, que é o arroz.    




Ingredientes


Fazer isso pra uma platéia coreana é muita coragem

Ficou bonitinho, vai?!


Eu pude preparar um pouquinho de kimbap, sob orientação da senhora Choi, claro. Yoonkyung me ensinou a preparar, mas obviamente meu kimbap nunca vai chegar perto do verdadeiro. Uma coisa curiosa que eu presenciei durante a ida à ilha de Jeju, foi a retirada da alga (Nori, em japonês e Kim, em coreano) que é utilizada pra fazer tudo o que conhecemos de comida oriental. Ela fica presa na pedra ao redor das praias, daí é só ir lá e pegar. É algo que as famílias faziam/fazem juntas em alguns lugares. Claro que pra utilização industrial o processo é diferente, mas a matéria prima é a mesma. Essa alga que retiramos foi consumida no almoço desse mesmo dia.







Ainda em Jeju tive uma experiência culinária um tanto quanto diferente, digamos. Jeju é um lugar onde se pode comer frutos do mar de ótima qualidade. É um tipo de comida que está muito presente na culinária coreana. E como eu adoro, foi uma maravilha. Entretanto, alguns pratos coreanos tem coisas tão frescas, mas tão frescas que ainda estão...vivas. É, isso mesmo. Eles comem algumas coisas ainda vivas. Um exemplo é esse prato aqui:



  


Infelizmente eu não lembro o nome desse prato, mas é basicamente uma sopa de frutos do mar com tudo dentro: mexilhões, camarão, peixe, caranguejo, lula e por último, duas ostras que são colocadas vivas por cima de tudo isso. Os gosto é muito bom, apesar de estar cru e vivo. Todo o restante do prato é cozido. A sensação do bicho mexendo na boca é estranha, mas o gosto não é ruim.
Coreanos comem muita, mas muita carne de porco e frango também. Carne de boi é um pouco cara, mas é consumida, só que em menor quantidade. Um prato que provei e gostei foi orelha e tripa de porco, devidamente acompanhadas de alguns molhos, nabo, alho (que eles comem como se fosse amendoim) e cebola. Quando mostrei essa foto pra uma amiga coreana, ela quase comeu meu celular.



Vai encarar?


As carnes estão presentes em muitos pratos coreanos. Aqui foi um jantar fabuloso em Suwon, que tinha carne de boi e porco. Era o Bulgogi.













Outro prato na mesma linha da ostra é a lula viva. Eu já tinha visto algumas pessoas comentando e tal, mas eu tinha que provar. Fomos ao Noryangjin Fish Market e compramos 4. Não tem muito segredo. É só colocar na boca e mastigar. Pronto. Tem um molho muito gostoso de gergelim.






A aparência do prato não é muito bonita, claro. Algumas pessoas pra quem eu mostrei sentiram até nojo. Acho que não é pra tanto. Uma experiência com um tipo novo de comida pode ser realmente diferente e a aparência não quer dizer exatamente que a comida seja ruim. Se fosse por isso ninguém comeria maniçoba ou buchada de bode, que são pratos horríveis, mas deliciosos. Então antes de sentir nojo ou algo parecido, pense que isso é só uma coisa diferente do que estamos acostumados, mas que é muito comum em outros lugares. Outra coisa: os coreanos não comem só comidas que a gente acha estranha, como lula viva. Tem gente lá que não come isso também.
Por falar em diferente, outra coisa bem diferente que provei foi o sashimi...de carne de boi. Sim, meus amigos, os coreanos comem carne de boi crua também. Eu tinha que experimentar claro, e lá fomos eu e minhas duas amigas coreanas para o famoso restaurante. Famoso mesmo, porque tinha que pegar até senha pra entrar. Ficamos mais de 40 minutos do lado de fora, esperando. Esse tipo de lugar é bem disputado. Daí vocês me perguntam: Mas é seguro comer carne crua assim? Bom, eu acho que deve ser, porque o que me disseram é que na Coreia, se uma única pessoa tiver problemas com a comida num determinado restaurante, ainda mais um famoso como esse, a notícia se espalha rapidamente e o restaurante fecha em poucos dias, porque simplesmente ninguém vai mais lá. Então pelo número de pessoas que fazem fila pra comer isso especificamente nesse lugar, eu deduzi que até agora ninguém teve problemas.


Minha senha era a 179



Taí o bicho

Sobre esse prato, a carne de boi é docinha. O bucho vai bem com molho, mas o fígado não gostei. Isso não é uma coisa que eu comeria toda semana não, mas valeu a experiência.
Uma outra coisa que o povo disputa no tapa por lá são esses bolinhos de arroz com legumes (que eu também esqueci o nome), mas são deliciosos. Ficamos uma boa meia hora na fila pra entrar aí, porque estava abarrotado de gente. Esse bolinho é uma delícia com Soju, que é um vinho de arroz.



Sim, é frito  :p


Olha o kimchi ali do lado


Outro prato coreano famoso e muito apreciado é o Mandu. Pra quem conhece comida japonesa, o Mandu é a mesma coisa que o Guioza. Em Seul há restaurantes especializados em cada tipo de comida. Quando fui ao Namdaemun Market, almocei num desses, especializado em Mandu. É um dos mais saborosos que conheço e sempre agrada aos estrangeiros, por não ser apimentado.







Uma coisa que é show de bola na Coreia é a comida de rua. Sempre tem um bom lugar onde você pode parar e comer alguma coisa gostosa pagando pouco. Esse tipo de comida, nos lugares que comi eram de muito boa qualidade e, como sempre, tinha fila. Aquela galera saindo do escritório no fim da tarde, gente saindo da faculdade, etc. Todo mundo na fila pra fazer uma boquinha. São vários tipos de doces e salgados (ao estilo coreano) que são uma delícia mesmo. A comida coreana em geral é menos doce e menos salgada do que a nossa. Quando um coreano come comida brasileira, acha muito doce ou muito salgada. Eu lembro da primeira vez que a Yoonkyung comeu um brigadeiro. Ela disse que a garganta dela ficou ardendo por três dias.











Na Coreia o café da manhã é bem diferente do nosso. Não há nada parecido com o que nós habitualmente comemos, como pão, café, biscoitos. Lá o café é mais parecido com almoço mesmo, com carne, arroz e kimchi (claro). Eu tomava todos os dias um suco de Ginseng que era uma delícia. Acho que foi a coisa mais doce que provei por lá. Esses foram alguns dos meus cafés da manhã:










Acho que uma das maneiras mais produtivas de conhecer um país é por meio de sua culinária. Eu sou suspeito pra falar porque gosto muito, mas a comida coreana é muito boa, saborosa. Há muitos ingredientes bem diferentes,  assim como hábitos, mas depois de alguns dias comendo, você realmente vicia. Você precisa ter a mente aberta a novas experiências se quiser curtir de verdade a comida de um lugar tão diferente do Brasil, como a Coreia. Viajar sem disposição de experimentar, na minha opinião é perder dinheiro. O que acontece muitas vezes é que a gente nem prova nada e já diz que não gosta. Eu prefiro testar e depois dizer o que acho. O resultado é sempre melhor. Na Coreia você pode comer muito bem pagando relativamente pouco também. Isso é ótimo.
Infelizmente não tem como colocar aqui tudo que eu pude provar na Coreia, mas quis dar uma visão geral sobre o que os coreanos geralmente comem. Se você visitar a Coreia, aproveite tudo o que estiver a sua frente, sem nenhuma restrição. Você terá ótimas histórias pra contar!

Obrigado pra você que leu até aqui.

Abraço pra todo mundo!






        

domingo, 16 de março de 2014

Japão

Minha relação com o Japão começou muito tempo antes de eu ir pra lá, mesmo sem eu me dar conta disso. Tenho muitos amigos descendentes de japoneses, inclusive minha pianista nº1, Nathália Kato, com que toco no Duo Amato. Além do mais, na minha cidade há uma comunidade japonesa bastante ativa e que realiza eventos periodicamente. A alguns anos eu até comecei um curso de japonês, que não foi pra frente porque estava fazendo Mestrado, e ficou impossível conciliar essas duas coisas, e mais o trabalho. 
Bom, minha ida à Coreia teve a vantagem de poder ir também ao Japão, por conta da distância curta e do preço bom. Contou também o fato de, no momento, eu ter uma grande amiga morando lá, Laura, sobre quem eu vou falar um pouco mais adiante.
Sim, brasileiros ainda precisam de visto pra entrar no Japão em viagens de turismo. Essa foi a primeira etapa da viagem. Ir até o consulado (por sorte, tem um aqui em Belém), levar uma tonelada de papel e esperar. Mas finalmente duas semanas depois, estava com o bendito visto.





As passagens eram pela United que, na hora do Check-in, me colocou num voo ótimo da Asiana que saiu 2 horas antes. Uma maravilha, já que ia passar somente uma semana no Japão, então qualquer tempo a mais era lucro. Cheguei em Tóquio um pouco depois da hora do almoço, e desci diretamente pro lugar onde deveria trocar o meu Japan Rail Pass. Explico: esse é um passe de trem que você pode comprar se estiver indo ao Japão como turista. Ele só pode ser comprado fora do Japão e lhe dá direito a usar os trens japoneses (com algumas exceções). Dá pra comprar com validade de 7, 14 ou 21 dias. É meio caro, mas é mais caro ainda se você for pagar pelas viagens dentro do país. O meu passe tinha validade de 7 dias, e custou algo em torno de R$ 1.100 (incluindo taxas de emissão e entrega). Me disseram que tem umas viagens de trem bala que custam esse preço. Enfim. Esse passe é realmente útil quando você for viajar ao Japão.



Taí o bicho
 

Depois de trocar o passe, fui encontrar com a Laura. Bom, a Laura é uma grande amiga minha de muitos anos, que é de Brasília, onde nos conhecemos em um festival de música, e atualmente vive em Tóquio, onde faz mestrado em Clarineta na Tokyo University of the Arts. Ela é "a cara". Sem ela, essa viagem teria sido um desastre. Ela resolveu todos os meus problemas (em japonês) e ainda foi minha guia (de graça) por uma semana, mesmo com um montão de testes e zilhões de coisas pra estudar. Me deu todas as dicas possíveis sobre o que precisava fazer, me ensinou a não me perder no complicadíssimo metrô de Tóquio, como chegar aos lugares (escreveu tudinho detalhadamente), e eu ainda roubava o wi-fi do celular dela. Tive muita sorte de ela estar morando lá agora, porque senão teria passado uns bons apertos. (Obrigado Laurinha, você é demais!!!) Peguei o Narita Express e fui encontrar com ela na Tokyo Station. Chegando lá, eu tava com muuuuuuita fome, daí fomos comer, é claro, e nada mais japonês do que comer....noodles. Fizemos isso na própria estação. Não sei se foi a fome, mas estava muito gostoso. No final, minha primeira experiência cultural. Os atendentes dos lugares ficam dizendo obrigado até você sumir da vista deles. 10, 20 vezes, sei lá.






Sem tempo a perder, fomos procurar o meu hotel. Laura me disse que era bem localizado, mas não pensei que era tanto. Ficava pertinho do metrô e ao lado de um templo maravilhoso. Quando você visitar Tóquio e quiser um hotel legal que não custe caro, fique no Asakusa Hotel Wasou. Atendimento em inglês, acomodações ótimas e preço justo (leve dinheiro em espécie, pois eles não aceitam cartões).



Minha humilde acomodação 


Depois de deixar as coisas no hotel, fomos ao cruzamento mais movimentado, provavelmente, do mundo: Shibuya. Lá eu pude conhecer a estátua do Hachiko. Conta-se que ele sempre esperava seu dono, um professor da Universidade de Tóquio, na estação e os dois voltavam juntos pra casa, até que um dia o professor faleceu e não voltou mais. Hachiko continuou indo à estação durante 9 anos, sempre no mesmo horário, até sua morte, em 1934. A história desse cão é muito bonita, e ele é tão famoso que até virou filme. Essa estátua é uma homenagem à fidelidade de um cão ao seu dono. Quem tiver curiosidade em saber a história toda, pode ler alguma coisa aqui.


Cruzamento em Shibuya


Eu e o Hachiko


Ainda andando por Shibuya, Laura me mostrou um lugar onde vendia....açaí. Isso mesmo, meu querido açaí. Bom, era açaí "estilo" São Paulo, mas eu não poderia deixar de provar, né? Teve até sorvete e suco.






 


Depois da experiência com o açaí paraense-paulista-japonês, fomos brincar um pouco. Tóquio é uma cidade muito louca. Esse dia não poderia ter terminado mais divertido. Por falar em diversão, um lugar muito curioso pra ir em Tóquio é um café chamado "Maidreamin". Foi uma coisa completamente nova pra mim. É um café em que todas as atendentes se vestem e te atendem de uma forma  bem engraçada, fazem brincadeiras e tudo mais. Muito engraçado mesmo. Infelizmente não é permitido tirar fotos lá. Eu posso imaginar o porque, já que é muito comum nos lugares tipo metrô e pontos de ônibus, ter alertas sobre tarados que ficam tirando fotos por baixo das saias das mulheres. Imagina o que um cara desses faria com uma câmera num lugar como esse, onde as meninas andam com saias minúsculas, né? Mas elas podem fazer as próprias fotos lá dentro, então não perdi a oportunidade de fazer a minha, devidamente assinada. Pra quem tiver curiosidade, este é o lugar.










Uma coisa esquisita que aconteceu nesse dia foi que, pela primeira vez na vida, senti um terremoto enquanto andava sobre uma passarela. Bem pequeno, claro, mas balançou legal. Isso é muito comum no Japão, já que o país está localizado numa das áreas mais instáveis do mundo. Quem não lembra da tragédia de 2011, né? Terremotos pequenos acontecem todos os dias por lá.
Nos arredores do hotel tinha um templo maravilhoso chamado Senso-ji. Indo e voltando do metrô, passar por ele era obrigatório. Na entrada há muitas pequenas lojas que vendem de tudo, desde comida até espadas. Numa dessas passadas por lá, um senhor japonês muito simpático me abordou enquanto eu olhava uma loja qualquer e, curioso, perguntou de onde eu era e se podia falar comigo. Quando eu disse que era brasileiro ele abriu um sorriso e perguntou montão de coisas sobre o Brasil e o que eu estava achando do Japão. Acabamos conversando bastante. Esse templo é lotado de gente o tempo todo, então as vezes é meio difícil andar por lá, mas realmente vale a pena.
Sobre o contato com as pessoas, uma coisa muito engraçada aconteceu enquanto eu visitava a Tokyo University of the Arts, ou simplesmente Geidai. Laura estuda lá e tinha um ensaio, daí aproveitamos pra eu ir lá e conhecer as dependências da universidade. Entrei na sala de clarinetas, que estava vazia, e sentei. Laura saiu por um ou dois minutos. Eu fiquei sozinho. Nessa sala tem um vidro na porta de onde se pode olhar pra dentro. Quando olhei, tinha uma menina olhando pra mim com cara de "quem é esse? aluno novo? Ele tem o olho muito grande pra ser japonês". Daí a menina saiu da janelinha, mas voltou com mais duas meninas, que ficaram olhando com a mesma cara da outra. E eu alí, imóvel, torcendo pra ninguém me expulsar da sala. Daí saíram as três, e voltaram com mais dois meninos, e ficou todo mundo na porta, sem entrar. Daí Laura chegou e desmontou todo mundo. Explicou quem eu era e o que estava fazendo lá. Resumindo, aquela galera eram os alunos de clarineta da escola. Os orientais tendem a ser reservados quanto ao contato com pessoas estranhas. Com estrangeiros mais ainda. Obviamente não estou generalizando, mas a maioria é assim. Pelo menos a maioria dos que conheci. Depois que você os conhece, aí eles se abrem bastante, mas antes disso há uma longa e resistente "barreira de contato".


















Um outro templo muito lindo que visitei foi o Zojoji. Quem assistir esse último filme do Wolverine, que se passa totalmente no Japão, vai ver esse templo. O Japão, assim como a Coreia, é um país onde o antigo convive com o novo de forma harmoniosa.




Ritual budista de lavar as mãos e a boca antes de entrar no templo 



Bem atrás desse templo fica a Tokyo Tower, uma visita indispensável com certeza. Não é caro e tem uma vista incrível da cidade.


Tokyo Tower





250 m




Tóquio é uma cidade cara, todo mundo sabe. Mas se você anda com as pessoas certas, sua grana pode render bastante. Laura sabe das coisas, e nós comíamos muito bem gastando pouco, graças a experiência dela na cidade. Um exemplo foi esse lugar onde se pode comer Udon, um prato japonês que eu adoro. Tudo feito na hora e com preços a partir de 200 ienes (algo em torno de R$ 5), daí você vai acrescentando ingredientes e paga por eles individualmente.









Também muito bom foi o Sushi de esteira. Um lugar onde você senta ao redor de uma esteira e os caras vão colocando os pratos nela, daí você pega o que quiser e no final paga pela quantidade de pratos que consumiu. Divertido e gostoso.




Meu saldo


Aproveitando o Japan Rail Pass, resolvi dar uma esticada até Kyoto. A viagem de Tóquio até lá leva duas horas, indo de Shinkansen, mais conhecido como Trem Bala.



O 463 saiu exatamente às 8:03h



Chegando na estação, peguei um mapa e, como bom mochileiro, saí andando atrás das coisas que queria ver. Primeiro fui até o Kyoto Aquarium, lugar que dispensa descrições.







Show dos golfinhos


Parada pro almoço


Depois de comer rapidinho, fui visitar um dos lugares mais lindos que já estive na vida, o famoso templo Fushimi-Inari Shrine. Ele foi construído na encosta de um morro e a maior atração lá são as colunas vermelhas que formam corredores que se estendem por toda a área do templo. Vale a pena gastar algumas horas lá. Fiquei tanto tempo andando nele, que não deu tempo de chegar em outra grande atração de Kyoto, o Kinkaku-ji. Vai ficar pra próxima visita.










 
No fim do dia, como não poderia deixar de ser, não tinha como visitar uma cidade asiática e não ir a uma torre pra ter uma vista panorâmica do lugar. Aqui era a Kyoto Tower.







Um dos lugares mais legais que estive em Tóquio foi o edifício da prefeitura, que tem a melhor vista da cidade para o Monte Fuji, já que é o último prédio realmente alto entre a cidade e o monte. São duas torres, na verdade, que você pode entrar de graça. O pôr do sol nesse lugar vai ficar gravado. O Monte Fuji tava querendo se esconder, mas no final do dia deu o ar da graça bem de leve.



Torre Norte ou Sul? não lembro


Tchau, Fuji!


Não poderia faltar um passeio de músico, já que tínhamos a Yamaha bem pertinho de nós. Além disso, visitei uma loja que é exclusivamente pra clarinetistas, o Clarinet Shop. Tive que tomar cuidado, senão o dinheiro teria acabado nesse mesmo dia.





Nossa vitrine


Visitei um Cat Café muito bacana, pra alimentar minha paixão por gatos.



Sugar




Uma semana é pouco tempo pra visitar uma cidade como Tóquio. Tantas coisas pra ver, provar, sentir. Mas infelizmente as coisas nem sempre são como a gente quer, e a sensação no final de tudo é que preciso voltar mais vezes e conhecer mais. Lá é o paraíso dos eletrônicos, e é claro que eu quase fico maluco com tantas opções de coisas e a preços tão abaixo do que pagamos por aqui. Por ser turista, tive um desconto muito bom numa câmera, por conta de uma taxa que eu não era obrigado a pagar. E ela já estava com o preço baixo.
Muitas coisas me impressionaram positivamente no Japão. Acho que uma das principais foi a limpeza. Parece que sempre tem alguém limpando os lugares, a ponto de deixar brilhando mesmo. A organização e respeito às pessoas também. Não se pode falar ao telefone no metrô, por exemplo. As pessoas olham feio se você fizer isso, de verdade. Nas escadarias as direções a serem tomadas estão sempre bem visíveis, pra ninguém ter dúvidas. Mas a grande boa impressão que ficou é a educação.










Se você leu até aqui, muito obrigado. Quando puderem, visitem o Japão. Vale cada centavo!!


Abraço pra todo mundo!!!






Atualizado em 21/03/2014